A
pessoa com deficiência tem o direito à plena participação social e com isso
inclui o acesso e permanência ao ensino superior. No Brasil o ingresso de
alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) vem aumentando nos últimos
anos em virtude das conquistas alcançadas por intermédio das militâncias em
favor dos direitos humanos.
Segundo
dados do INEP 2005 as matriculas de alunos com NEE aumentaram de 2.155 para 6.022 no prazo de cinco anos. O
INEP ainda informa que em 2007, 49% das 6.328 matriculas de alunos com NEE
foram efetuadas em Instituições de Ensino Superior (IES) localizadas na Região
Sudeste, a Região Sul com 24%, a Região Centro-Oeste com 14%, a Região Nordeste
com 9% e a Região Norte com 4% (ROCHA;MIRANDA,2009).
É
valido ressaltar que a inclusão ao ensino superior comunga das mesmas demandas
da escola regular: adequações arquitetônicas, flexibilidades do currículo, adaptações
de materiais, acompanhamento pedagógico (quando necessário).Nesse contexto pode
ser citado Faculdade de Educação (FACED) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) espaço real para as autoras desse blog
que vivenciaram inúmeras vezes a “inclusão” sendo feitas por
alunos, professores, coordenadores e funcionários,mas jamais pelo governo.
Vivenciamos
colegas cadeirantes que necessitavam da “boa vontade” das pessoas para carregá-lo
bem como a sua cadeira para ter acesso aos demais locais da universidade, uma
vez que o prédio não possuía elevadores e rampas (no inicio da graduação). Colegas com deficiência
visual que tinham dificuldade nas atividades em virtude das mesmas não estarem adaptadas, dificuldade de
participar integralmente de uma discussão em sala de aula pela falta de
alguém para fazer a áudio descrição e de locomoção autônoma pela ausência de
pistas táteis.
O
que nos fazem refletir o tipo de inclusão que estamos aceitando como uma “grande
conquista”, talvez seja no sentido de estar tendo uma pequena visibilidade
inexistente no passado. Porém, podemos chamar isso de equidade? Carregar o meu
colega para a sala de aula, ler para o meu colega o conteúdo da disciplina
porque a universidade não oferecer um bolsista para tal atividade, significa
que a inclusão está acontecendo quando não existe suporte maquinário e humano?
A
sensação que temos é que a inclusão está acontecendo no ensino superior, no
sentido das matriculas serem possíveis, porém,existe um descaso maior do que se
essa inclusão não acontecesse, uma vez que esses alunos com NEE são obrigados a
fazerem um grande esforço para continuar nas universidades e tentar acompanhar
os seus colegas.Quando na realidade deveriam estar usufruindo de suportes arquitetônicos
e humanos para que sua passagem pela universidade fossem caracterizadas como o
de qualquer outra pessoa.
Referências
ROCHA, T. B.; MIRANDA, T. G. A
Inclusão de Alunos com Deficiência no ensino superior: uma análise de seu
acesso e permanência. In: Diaz, F. et al.(org.). Educação inclusiva,
deficiência e contexto social: questões contemporâneas. Salvador: EDUFBA, 2009,
p.27-37.
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